Há 20 anos eu estava no início da minha adolescência, e até aquele momento tudo que havia entre mim e o rock era um flerte que ocorria desde a infância por meio do contato que eu tinha por filmes, quando eu vi o Barão Vermelho pela primeira vez em um programa de televisão, um primo que curtia Legião Urbana, matérias de TV e afins, até então eu era um roqueiro latente e embora sempre tive uma vida privilegiada dentro do possível em minha realidade, a minha vida sócio cultural era monótona porque eu queria vivenciar algo mais interessante do que aquela tendência regional que muitos que eu conheço em algum momento jogou a toalha e desistiu de remar contra a maré.
Eis que eu vejo no extinto “Clipe Mania” que passava na Band o clipe "Máscara" da banda Pitty, e o que me chamou atenção foi a letra e os conceitos apresentados naquela peça, parecia um recado para mim que naquele momento de transição me sentia deslocado, anormal e mal compreendido, o refrão dizia "O importante é ser você, mesmo que seja estranho, seja você mesmo que, seja bizarro" um argumento tão sucinto e definitivo veio como um alento para mim.
Em seguida vi uma entrevista da Pitty no saudoso Programa do Jô, e me chamou a atenção a sua eloquência, ela apresentou outras músicas, logo estava em programas de TV, trilha de novela e filme, a música “Equalize” passava na extinta Rádio Antares FM, a única estação de rádio de Feira de Santana que realmente fui ouvinte assíduo, em suma, “O Admirável Chip Novo”, álbum solo de estreia da baiana, Priscilla Novais Leone, foi o pivô para em relação ao rock eu dizer, "Eu gosto disso" e assumir todas as referências que ajudaram a forjar a minha personalidade.
“O Admirável Chip Novo” é muito mais do que um simples álbum de rock concebido em uma breve reação do rock nacional na década de 2000. Através deste eu tomei conhecimento de Thomas Abbes, devido à música "O Lobo", eu conheci Aldous Huxley e consequentemente eu comprei o livro “Admirável Mundo Novo” para ler. Eu saquei a referência ao filme Clube da Luta na música "Só de Passagem", entre outras informações enriquecedoras que acertariam precisamente um adolescente ávido por referências.
Magno Costa - Radialista, Músico, Amante do Rock e Pesquisador Musical.
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